segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Valham-nos os bolos

Nas últimas semanas a expectativa em relação à noite de 30 de Setembro (noite em que se celebra o festival das lanternas e dos bolos lunares, os famosos mooncakes), foi sempre aumentando. A cidade estava toda enfeitada, as lojas tradicionais estavam repletas de lanternas de papel para vender (e outras bonecadas semelhantes).

Loja tradicional
Mais lojas tradicionais
Enfeites na Praça do Tap Seac, Macau
Praça do Tap Seac, Macau
Enfeites no Largo do Pagode, Macau
Enfeites Praça Ponte Horta e Costa, Macau


Havia bolos tradicionais em todas as montras e durante o dia percebemos que muitas lojas de rua estavam fechadas.

E se fizermos uma pesquisa na internet, vamos encontrar fotografias impressionantes de lagos cheios de lanternas de papel, e céus iluminados com as lanternas que se elevam no ar devido ao ar quente das velas.

Tudo previa uma grande noite de festa, um espectáculo de luz e cor. E eu, que sou muito dada à festarola, estava ansiosa. Até fomos comprar os bolos a uma das pastelarias tradicionais que temos perto de casa!

Mas pelos vistos Macau é uma versão híbrida em relação a tradições chinesas, porque as expectativas ficaram amplamente defraudadas.

Se por um lado havia muita gente na rua à volta dos lagos, ao olharmos com alguma atenção, percebíamos que a maioria eram grupos de filipinos que aproveitam as noites de folga. Depois, e devido aos néons dos casinos e das iluminações das ruas, as poucas lanternas que havia perdiam o vigor. As crianças estavam na rua a brincar, mas com estrunfes e sponge bobs de plástico insuflados, em alternativa aos tradicionais coelhos de papel.

Em contrapartida, quasa toda a gente andava com sacos de plástico para transportar as caixas dos bolos. Não sei se é herança dos portugueses ou não, mas as celebrações envolvem sempre comida.

A princesa e o seu fiel escudeiro voltaram para casa desiludidos com a festa. E em vez de comer os bolos enquanto contemplavam a lua, conforme manda a tradição chinesa, optaram por uma lua artificial no ecrã do portátil.



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