No fim de semana passado estive no Festival da Lusofonia, uma versão macaense das típicas festinhas de aldeia. Dura 3 dias e realiza-se todos os anos por esta altura. Tirando o fiel escudeiro, que tinha afazeres no reino de Warcraft, não há português nesta terra que falte a uma destas noites tipicamente portuguesas.
Tinha barraquinhas com petiscos (bifanas e sandes de presunto incluídas), Super Bock e sangria com fartura e tremoços para acompanhar. Mas ainda não foi desta que matei saudades de pasteis de bacalhau.
Como pretende reunir todos os PALOP's havia barraquinhas específicas para cada país e por isso também havia brigadeiros de Cabo Verde (bons!! mesmo bons!!!), caipirinha do Brasil (má!! mto má!!), chamuças de Goa.. uns licores suspeitos de São Tomé e outras especialidades cheias de "africanidade".
Senti-me em casa quando comecei a ouvir o ronco da gaita de foles, mas senti-me ao mesmo tempo longe de casa porque as modinhas me fizeram ter muitas saudades de Bragança. E devo dizer que os gaiteiros de Varge deixam estes a um canto!
Aquilo que não muda são os hábitos.. claro que a maioria da noite foi passada a ver passas as modas, a comentar as roupas de quem passava e as novas namoradas de uns quantos "famosos" cá do sítio.
Houve concertos, danças típicas da China, rancho folclórico (com chineses a usar trajes típicos de Portugal), exibições das escolas locais. Os cabeça de cartaz eram os Orelha Negra, que afugentaram uns quantos chineses.. e que, coitados, bem diziam "jump, jump", mas que falharam na intenção de por Macau a dançar.
Os organizadores deste festival esforçam-se todos os anos por mostrar evolução e mostrar que são jovens e modernos, mas na verdade, o Quim Barreiros é que teria feito as delícias desta gente.
Para o ano há mais! :)
terça-feira, 23 de outubro de 2012
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Momentinho "quero esconder-me" do dia
Hoje de manhã, enquanto esperava pelo elevador no R/C do edifício do escritório onde trabalho (e onde a espera costuma ser longa devido ao número de andares), apercebo-me de um movimento estranho ao nível do chão a uns 3 ou 4 metros de mim. A primeira reacção foi... "Que nojo, é um rato!!"
Mas rapidamente percebi que era uma espécie de pardal, um pássaro pequeno e acastanhado. E a reacção passou a ser.. "Que nojo um bocadinho mais pequeno, é um pássaro!!"
Mas como o bicho estava longe, mantive a postura, como uma princesa... até que o raio do pássaro decide ganhar asas e voar... na minha direcção!!
Dei um gritinho que se deve ter ouvido no 14º andar onde trabalho.
Lancei-me para o elevador enquando ouvia os dois chineses da recepção e umas quantas pessoas que estavam na recepção a rir.
No final do dia, quando voltar a passar por eles estava a pensar tropeçar nos saltos altos e cair, só para os manter entretidos com as minhas performances!
Mas rapidamente percebi que era uma espécie de pardal, um pássaro pequeno e acastanhado. E a reacção passou a ser.. "Que nojo um bocadinho mais pequeno, é um pássaro!!"
Mas como o bicho estava longe, mantive a postura, como uma princesa... até que o raio do pássaro decide ganhar asas e voar... na minha direcção!!
Dei um gritinho que se deve ter ouvido no 14º andar onde trabalho.
Lancei-me para o elevador enquando ouvia os dois chineses da recepção e umas quantas pessoas que estavam na recepção a rir.
No final do dia, quando voltar a passar por eles estava a pensar tropeçar nos saltos altos e cair, só para os manter entretidos com as minhas performances!
domingo, 14 de outubro de 2012
Ainda sobre os autocarros de Macau
Sim, parece que estou a ficar obcecada com este tema, mas agora que ando diariamente nestas andanças, as histórias começam a ser recorrentes. Vejam só o que aconteceu há uns tempos..
O senhor motorista estava com fome. Parou o autocarro, dirigiu-se ao Mcdonalds para adquirir qualquer coisinha para matar a fome, e depois voltou ao autocarro para continuar o seu percurso. Não é lindo?! É Macau no seu melhor!
E sim, o autocarro tinha passageiros à espera! eheheh
in Macau Bus Forum |
O senhor motorista estava com fome. Parou o autocarro, dirigiu-se ao Mcdonalds para adquirir qualquer coisinha para matar a fome, e depois voltou ao autocarro para continuar o seu percurso. Não é lindo?! É Macau no seu melhor!
E sim, o autocarro tinha passageiros à espera! eheheh
Andar de autocarro em Macau..
...é uma aventura!
Quando vi este cartoon identifiquei-me logo com ele. Como os motoristas só têm duas velocidades, muito rápido e parados, a grande maioria das vezes andamos de autocarro como se estivessemos num carrocel da Feira Popular.
Aqui o truque é ficar sentado até o autocarro ficar completamente parado. Se cairmos no erro de nos levantar para sair quando o autocarro ainda está em movimento, corremos o risco de ir em voo até à frente do autocarro, deixando um rasto de chineses furiosos.
Outra característica peculiar é que os chineses não se sentam quando os assentos ainda estão quentes. Quando alguém se levanta, vão logo a correr para o lugar que ficou livre, mas ficam lá de pé à espera que arrefeça. Até já vi pessoas com um abanico a tentar que aquilo arrefeça mais rápido.
E a sofreguidão com que eles correm para o autocarro?! Assim que avistam o autocarro começam a ficar impacientes e se, por algum motivo, o autocarro pára um bocadinho antes da paragem, é vê-los a correr até à porta. O que é uma chatice para aqueles que, como eu, esperam pacientemente na paragem e que, à conta destes chineses sôfregos, também têm de andar (leia-se correr) até ao sítio onde parou o autocarro.
Filas também é para esquecer, porque esse conceito para eles não existe. Assim como não existe deixar passar velhotes ou grávidas. Essa coisa da boa educação é muito sobrevalorizada. Mas essa parte eu aprendi rápido, e nunca mais fui educada e deixei passar à frente quem estava na paragem antes de mim.
Que saudades do comboio da linha de Cascais com vista para o mar :)
A parte engraçada (e única), é o facto de nos sentirmos muito grandes.. Sempre a ver a parte de cima da cabeça dos chineses e a bater com a cabeça nos suportes para as mãos que estão pendurados.
Quando vi este cartoon identifiquei-me logo com ele. Como os motoristas só têm duas velocidades, muito rápido e parados, a grande maioria das vezes andamos de autocarro como se estivessemos num carrocel da Feira Popular.
Aqui o truque é ficar sentado até o autocarro ficar completamente parado. Se cairmos no erro de nos levantar para sair quando o autocarro ainda está em movimento, corremos o risco de ir em voo até à frente do autocarro, deixando um rasto de chineses furiosos.
Outra característica peculiar é que os chineses não se sentam quando os assentos ainda estão quentes. Quando alguém se levanta, vão logo a correr para o lugar que ficou livre, mas ficam lá de pé à espera que arrefeça. Até já vi pessoas com um abanico a tentar que aquilo arrefeça mais rápido.
E a sofreguidão com que eles correm para o autocarro?! Assim que avistam o autocarro começam a ficar impacientes e se, por algum motivo, o autocarro pára um bocadinho antes da paragem, é vê-los a correr até à porta. O que é uma chatice para aqueles que, como eu, esperam pacientemente na paragem e que, à conta destes chineses sôfregos, também têm de andar (leia-se correr) até ao sítio onde parou o autocarro.
Filas também é para esquecer, porque esse conceito para eles não existe. Assim como não existe deixar passar velhotes ou grávidas. Essa coisa da boa educação é muito sobrevalorizada. Mas essa parte eu aprendi rápido, e nunca mais fui educada e deixei passar à frente quem estava na paragem antes de mim.
Que saudades do comboio da linha de Cascais com vista para o mar :)
A parte engraçada (e única), é o facto de nos sentirmos muito grandes.. Sempre a ver a parte de cima da cabeça dos chineses e a bater com a cabeça nos suportes para as mãos que estão pendurados.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Dia Nacional da República Popular da China
No dia 1 de Outubro é feriado em Macau porque se comemora o Dia Nacional da República Popular da China. No dia 2 de Outubro também é feriado porque provavelmente se recupera das comemoração do Dia Nacional da República Popular a China (o nome técnico do feriado é "Dia Seguinte à Implantação da República Popular da China"). E no dia 3 de Outubro os funcionários públicos têm tolerância da ponte, provavelmente para se mentalizarem que precisam de voltar ao trabalho.
É assim que se mantém o povo satisfeito, com 3 feriados seguidos, com cheques de apoio pecuniário no final do ano e com fogo de artifício.
Nesta noite não fomos ver o espectáculo, mas conseguíamos ouvir da nossa casa. Devem ter sido uns belos 20 minutos porque a China venceu o Festival Internacional de Fogo de artifício de Macau. Para o ano há mais!
É assim que se mantém o povo satisfeito, com 3 feriados seguidos, com cheques de apoio pecuniário no final do ano e com fogo de artifício.
Nesta noite não fomos ver o espectáculo, mas conseguíamos ouvir da nossa casa. Devem ter sido uns belos 20 minutos porque a China venceu o Festival Internacional de Fogo de artifício de Macau. Para o ano há mais!
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Valham-nos os bolos
Loja tradicional |
Mais lojas tradicionais |
Enfeites na Praça do Tap Seac, Macau |
Praça do Tap Seac, Macau |
Enfeites no Largo do Pagode, Macau |
Enfeites Praça Ponte Horta e Costa, Macau |
Havia bolos tradicionais em todas as montras e durante o dia percebemos que muitas lojas de rua estavam fechadas.
E se fizermos uma pesquisa na internet, vamos encontrar fotografias impressionantes de lagos cheios de lanternas de papel, e céus iluminados com as lanternas que se elevam no ar devido ao ar quente das velas.
Tudo previa uma grande noite de festa, um espectáculo de luz e cor. E eu, que sou muito dada à festarola, estava ansiosa. Até fomos comprar os bolos a uma das pastelarias tradicionais que temos perto de casa!
Mas pelos vistos Macau é uma versão híbrida em relação a tradições chinesas, porque as expectativas ficaram amplamente defraudadas.
Se por um lado havia muita gente na rua à volta dos lagos, ao olharmos com alguma atenção, percebíamos que a maioria eram grupos de filipinos que aproveitam as noites de folga. Depois, e devido aos néons dos casinos e das iluminações das ruas, as poucas lanternas que havia perdiam o vigor. As crianças estavam na rua a brincar, mas com estrunfes e sponge bobs de plástico insuflados, em alternativa aos tradicionais coelhos de papel.
Em contrapartida, quasa toda a gente andava com sacos de plástico para transportar as caixas dos bolos. Não sei se é herança dos portugueses ou não, mas as celebrações envolvem sempre comida.
A princesa e o seu fiel escudeiro voltaram para casa desiludidos com a festa. E em vez de comer os bolos enquanto contemplavam a lua, conforme manda a tradição chinesa, optaram por uma lua artificial no ecrã do portátil.
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