terça-feira, 14 de agosto de 2012

O homem sombra

Um dos primeiros desafios que tivemos qdo chegamos a Macau foi reabastecer de gás. Aqui não há gás canalizado como estávamos habituados em Portugal, por isso é muito comum ver os senhores da companhia do gás a fazer a distribuição. Nos mais variados meios de transporte.




O método é simples (para quem fala mandarim), basta ligar para a companhia, dizer o que queremos, marcar um hora e eles tratam de entregar em casa. Certinho e direitinho.

Para nós é um bocadinho mais... interessante.

Pedimos a uma amiga que nos indicasse onde era a loja mais próxima, tiramos fotografias em casa para mostrar o que queríamos, levamos a morada (ou assim achávamos nós) e fomos tentar a nossa sorte.

O senhor que nos atendeu não falava uma palavra de inglês. Ria-se imenso, por razões que nos ultrapassam. E era o único empregado que estava na loja.

Ligou para outra colega e passou-nos o telefone para explicarmos o que queríamos, marcamos uma hora para entrega. E até aqui estava tudo a correr bem.

Foi quando tivemos de explicar a morada que as coisas começaram a correr... menos bem. Mostrei no mapa qual era a rua, ele acenou que sim com a cabeça. Disse que era o número 54, ele acenou que sim com a cabeça. Mas voltou a pegar no telefone para ligar à colega porque aparentemente, acenar que sim deve querer dizer outra coisa.

Passamos à fase dos gestos e nesta fase, o fiel escudeiro volta a entrar em acção. Aponta para a rua, e o chinês acena que sim com a cabeça. Escreve 54 e o empregado volta a acenar que sim. E desta vez não volta a pegar no telefone, por isso assumimos que estava tudo certo. "It's ok? It's ok?" E voltamos a ver a mesma reacção: acena que sim com a cabeça.

Agradecemos e saímos. E na altura não nos pareceu estranho, mas o empregado fecha a loja e também sai. Também não nos pareceu estranho que ele viesse na nossa direcção. Mas quando ele começou a fazer exactamente os mesmo desvios e a atravessar nas mesmas passadeiras dou o alerta: "Acho que estamos a ser seguidos!"

E estávamos. Ele andou atrás de nós a fazer de sombra com o objectivo de escrever a nossa morada em chinês. Mas nós não estávamos a ir para casa... Aliás, estávamos a ir na direcção oposta.

Conclusão: fizemos o caminho inverso para passarmos em casa, o empregado tomou nota da morada. E sim, no dia seguinte lá estavam os senhores a entregar o gás.



1 comentário:

  1. que aventura amiga... imagino a vossa cara ao verem que são seguidos!!! eheheh mas esforçou-se o senhor para vos entregar o gás!

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