quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Diário de Bordo - Myanmar (parte 3, a overdose de fotos)

7º dia
Dia 27 Dez - Pindaya

Ainda cheios de frio, deixamos Kalaw em direcção a Pindaya para ver uma gruta cheia de Budas. Foi aliás o frio o responsável pelo momentinho do dia.
Desde o primeiro dia que temos andado descalços em todos os templos, independentemente da limpeza dos pavimentos (com cães e macacos por todo o lado, podem imaginar como está aquele "chão sagrado"). E as meias não são permitidas. Mas estava tanto frio quando saímos do hotel, que eu vinha vestida com saia comprida e collants sem me lembrar que ia ser necessário descalçar-me à porta do tempo. Como é que uma princesa "descalça" uns collants?!

Sem qualquer casa de banho ou mesmo biombo, fui colocada pelo vigilante do templo numa espécie de redoma de vidro para mudar de roupa. Redoma de vidro transparente ou ar livre teria sido a mesma coisa!
Foi um belo show, à porta do tempo, uma ocidental a despir collants enquanto passam os outros visitantes. E onde estava o Fiel Escudeiro, os amigos e o guia?? A rir às gargalhadas enquanto tiram fotos.

Foi também hoje que descobri a grande paixão do Fiel Escudeiro por Budas. E isso aconteceu numa gruta com mais de 8.000 estátuas de Budas. Foi muito difícil arrancá-lo da gruta... só quando lhe falamos do almoço é que conseguimos seguir caminho.

Esta gruta foi sendo escavada para irem cabendo mais Budas e cada uma das estátuas é uma doação feita por alguém.












O conselho do nosso guia foi: não se dispersem, nem se distraiam a tirar fotos porque é muito fácil uma pessoa perder-se por aqui. Todo o lado para onde olhamos o cenário é o mesmo, e há estátuas por todo o lado. 




Depois de almoço seguimos para In Lake, em direcção à Red Montain Estate para uma prova de vinhos enquanto assistimos ao pôr-do-sol. Grandes vidas... perdão, vistas! :)







E ao jantar houve mais um concorrente para o tempo de espera pelo jantar. Foi a primeira vez que apostámos em comida ocidental, com uma pizza de forno, mas foi preciso esperar 1h15 pela comida. Já não voltamos a usar a expressão "paciência de chinês". Vamos passar a usar a expressão "paciência de budista"!


8º dia
Dia 28 Dez - Inle Lake

Acordamos cedinho para um passeio de barco num dos locais mais aguardados da viagem: Inle Lake. Foi um dia maravilho num barquinho pequenino que nos levou a todo o lado. O lago é enorme, com cerca de 116km quadrados, e é uma visão maravilhosa estar lá no meio, rodeados por montanhas.

Assistimos à pesca com técnica tradicional, com os pescadores equilibrados de forma surpreendente em cima dos barquinhos, com umas redes em forma de funil. As casas estão todas em estacas, e neste local já vimos muito mais estrangeiros. Há vários resorts ao longo do lago e é muito comum ver todos os barquinhos com os turistas. No local onde fomos fazer compras até o pagamento com cartão de crédito era permitido, quando nem sequer em hotéis por onde passámos isso não era possível.

Tivemos hipótese de compras de souvenirs, pratas, sedas, cigarros feitos de anis. Todas as "indústrias" são flutuantes.


























Claro que esta sobrecarga no ecossistema já está a provocar preocupações ambientais. Sem tratamento adequado das águas há uma grande probabilidade de ser perder este local nos próximos anos.

Ainda sem termos lido sobre todas estas preocupações atacámos peixes do lago grelhados, empoleirados num restaurante sobre estacas. A visita à casa de banho nestes locais tem a sua graça, porque tudo escapa para a água mesmo abaixo dos nossos pés.

As hortas também são flutuantes. Não se consegue perceber como, mas eles conseguem produzir legumes diversos em hortas flutuantes. Pequenos canais pelo meio de feijões, tomates, abóboras deixam qualquer um surpreendido.







Outro dos locais de culto que vimos nesta viagem foi o mosteiro onde estão as cinco estátuas de Buda, que neste momento são 5 bolas, tal foi a quantidade de folhas de ouro que lhes colocaram em cima. Nem imagino a quantidade de folhas necessários para transformar uma estátua em bola.





E o ponto alto do dia, e se calhar da viagem, foi o pôr-do-sol no meio do lado. Experiência de luz e cor maravilhosa.







Ainda antes do jantar decidimos fazer uma massagem para relaxar. E nunca mais repetimos uma experiência que anuncie "massagem familiar". Entramos para uma local comum onde a mãe, marido, filhos e sobrinhos nos massajam na sala de estar. A mim calhou-me a mãe, gorda e enorme. Ao Fiel Escudeiro o sobrinho subnutrido. Uma das crianças da família estava a dormir num cantinho da sala. Uma experiência surreal.

Depois da massagem ficámos prontos para mais uma hora de espera pelo jantar :)


(cont.)











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