quarta-feira, 31 de julho de 2013


Qual é o melhor dia p'ra casar
Sem sofrer nenhum desgosto 
O trinta e um de Julho, 
Porque depois entra Agosto.

Seja viúva ou solteira 
Ou até divorciado
Casar é palavra de ordem 
Quando se encontra o bem amado.

Seja velho seja novo 
Não há idade p'ra amar 
E quando isso acontece 
Todos pensam em casar

Qual é o melhor dia p'ra casar 
Sem sofrer nenhum desgosto 
O trinta e um de Julho, 
Porque depois entra Agosto.


Quim Barreiros é que sabe!! 

Há muito muito tempo, no dia 31 de Julho, num reino que agora nos parece distante, os caminhos da princesa e o seu fiel escudeiro cruzaram-me. Desta vez sem a presença da sua Dama da Companhia, madrinha e fiel amiga, capaz de fazer conversa por largas horas de almoço.
Desta vez a carruagem da princesa não andou perdida por territórios desconhecidos, não tendo de atravessar montes e vales, rios e pontes para chegar ao seu destino

Esse encontro gourmet revelou uma famosa vichyssoise num menu requintado, e traçou o caminho desta história e das aventuras que aqui relatamos.

Não poderia haver melhor banda sonora do que as imortais palavras do trovador Quim Barreiros para acompanhar esta história.

O casamento não foi no dia 31 de Julho, mas esta é a data que celebramos. E que continuaremos a celebrar.







sábado, 27 de julho de 2013

Posts Femininos

Depois de ter lido o último post sobre a chuva e os drama inerentes, o fiel escudeiro comentou comigo que achava o post muito feminino. Na cabeça dele deve funcionar a aquela associação básica: roupa = cenas de gaja.

Para ele perceber a diferença, aqui fica um post verdadeiramente de gaja!

Moda e afins é uma coisa que nos preocupa a todas. Acredito que não devemos ser escravas das tendências e daquilo que "se usa" ou está na moda. É preciso perceber que algumas das peças da estação não nos ficam bem. Para mim o fundamental é adaptar as novidades ao nosso estilo. E no meu caso, que emigrei para um país muito diferente, o mais difícil tem sido adaptar a oferta disponível em termos de roupa e sapatos (adequados ao clima de Macau) ao meu estilo.

Adoro sapatos de salto alto. Stilettos, pumps, peep toe, plataforma, botas.. you name it! Adoro calças formais. Compridas, largas, vincadas, de diferentes tecidos e cintura descaída. Adoro lenços e echarpes e quanto maior e mais colorida, melhor. E como trabalhei muitos anos em ambientes de trabalho mto formais, o meu guarda-roupa também reflete isso.

Mas esse estilo não tem sido fácil de adaptar a Macau. O calor, a chuva, o facto de andar muito mais a pé para as reuniões, e o facto de andar quase sempre de autocarro inviabilizaram alguns dos meus modelitos.

E ainda não consigo habituar-me aos modelos que vejo nas montras de Macau. Como é óbvio, há imensos vestidos, mini saias, mini calções, muitos tops largos, muitas transparências que elas usam com sobreposições... e sapatos... há tanto sapato feioso nesta terra.

Claro que as Zaras desta vida têm oferta mais ocidental, mas os preços também são mais inflacionados. Só há pouco tempo percebi porque a secretária lá do escritório ficava surpreendida qdo lhe dizia que em Portugal comprava tudo na Mango ou na Zara. É que aqui essas lojas já são consideradas mto caras.

Estas chinesas compram tudo em lojas de bairro com modelos japoneses e coreanos e adoram! Claro que eu já fui fazer uma incursão por essas lojas, e até há algumas coisas bonitinhas.. mas de tamanho único. As mangas ficavam curtas, as calças (para além de horríveis) ficavam demasiado mal para eu conseguir explicar.. e os vestidos pareciam túnicas!

Mas este post era sobre sapatos e para dar exemplos de modelos que nunca tinha visto, senão aqui. Como dizia uma amiga minha "são países como Macau que explicam o sucesso das Crocs!"

Estes são uma coisa maravilhosa que se adapta aos sapatos que já temos para que fiquem impermeáveis:




Este é um modelo muito visto pelas ruas de Macau. Os originais são Vivienne Westwood para Melissa, mas as cópias são "made in China":




Os modelos com padrão animais são um sucesso por estas bandas:




Os modelos transparentes também já são um sucesso. Já vi algumas vezes e em todas elas adorei a escolha das meias que acompanhavam o modelo:




E depois há dezenas de modelos Crocs que nunca tinha visto, senão aqui:





No meio disto tudo há algumas coisas que eu até gosto. Nem precisam de ser originais, porque já vi umas imitações de "marca branca" que cumprem o objectivo:






De qualquer das formas, eu não desisto, e vou continuando a procurar um meio termo de "princesa europeia com estilo a viver na China"!

Agora vou calçar as minhas havaianas e pegar no meu chapéu de chuva para ir às compras à rua! Não me venham dizer que eu não estou integrada!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Se a marginal de Cascais..

... visse dias como aqueles que estou e viver em Macau, já estava submersa!

Chove há três dias consecutivos. Mas não são aguaceiros ocasionais, nem tão pouco ligeiros. São chuvas persistentes e violentas.

Apesar disso, salvo raras excepções, não há relatos de inundações ou cheias. Tudo desaparece pelo sistema de escoamento da cidade (e bem que podia levar os milhares de baratas que devem morar nesse mundo subterrâneo!!).

Lembro-me do último inverno em Portugal, e dos telefonemas da minha mãe preocupada com as inundações. "Olha que a ribeira está a subir! Onde estás? Onde deixaste o carro?"
É que a desvantagem de morar num Portugal à beira mar plantado são as marés! Nesse ano a ribeira em Santo Amaro de Oeiras transbordou por duas vezes, inundando casas, garagens e estabelecimentos comerciais. Numa dessas vezes a violência foi tanta que os carros estacionados na rua ficaram submersos.

Bendita mãezinha que me avisa sempre a tempo!

A experiência também ensinou que nesses dias nunca, mas mesmo nunca devia ir para casa pela Marginal. Entre as ondas e a chuva, a água nesses dias era sempre tanta que eu e o meu "laranjinha" íamos sempre cheios de medo.

E mesmo chegando a casa, não podia deixar o carro estacionado no sítio do costume, porque corria o risco de precisar de um barquinho para o ir buscar.

Aqui em Macau não há nada disso. Infelizmente, não tenho o meu "laranjinha" com que me preocupar. Infelizmente não há marginal a caminho de casa. Mas há água durante mais de metade do ano. Muita água. Que, não sei bem como, desaparece um minutos.

Deve ser um asfalto especial que absorve água! Ou então a água evapora com o calor para nos massacrar nos dias mais quentes!

A verdade é que a princesa nos últimos dias não tem feito outra coisa senão queixar-se. Logo de manhã começa a ladainha que o fiel escudeiro adora: "O que raio vou vestir hoje!!".

Não pensem que isto são manhas da princesa para poder ir às compras. Em Portugal, apesar de não gostarmos da chuva, é fácil. Quando chove calçamos uma botas, pegamos no nosso impermeável e no nosso chapéu de chuva e estamos prontas. Aqui não! Está calor, muito calor! Nem pensar em calçar botas, ou usar impermeável.

A práctica comum em Macau é usar galochas (ou Crocs). Mas em chinese style. Ou seja, elas usam as galochas com mini saia, mini calção e sem meias.

Há modelos bem giros de galochas. Mas não me entendam mal... uma princesa não se apresenta para trabalhar em modo chinese style. E uma princesa não se apresenta em lado nenhum de Crocs!

Eu tenho ido com os pezinhos ao ar, de sandálias. E de manga curta.

Pelo menos não tenho o problema de secar a roupa molhada :)




Claro que neste dias não havia alerta de tufão! Nesses dias a história é outra. Vento forte e ainda mais chuva do que agora. As previsões dizem que até ao final da época das chuvas ainda devemos contar com dois tufões.

Nessa altura de certeza que a minha preocupação será um bocadinho maior e irá além das roupas e dos sapatos.

Mas até lá, pretendo continuar a acordar o fiel escudeiro com os meus dramas de princesa!




segunda-feira, 15 de julho de 2013

Vai "majé" trabalhar



Quando uma colega de trabalho chinesa me diz que eu sou a portuguesa mais trabalhadora e dedicada que ela conhece, deixa-me com um sentimento estranho. Um bocadinho ambíguo.

Por uma lado, acho que é um óptimo elogio e deixa-me mais motivada para continuar a trabalhar. Eu movo-me a uma energia alternativa chamada "palmadinha nas costas". Não é nociva para ao ambiente e bem utilizada, consegue fazer andar o mundo.

Nunca me vou esquecer do argumento de uma amiga minha quando foi pedir um aumento e lhe disseram que não podia ser, mas a brindaram com um ladainha de elogios. Ela respondeu "Obrigada pela palmadinha nas costas. Quando for ao talho, vou tentar dar uma palmadinha nas costas do funcionário e pode ser que ele me ofereça os bifes".

Por outro lado sinto que a herança dos portugueses em Macau vai além das pedras da calçada, das Ruinas de S. Paulo e dos pastéis de nata. Os portugueses deixaram uma fama de "funcionários públicos" que vai demorar algum tempo a corrigir.

Já não é a primeira vez que oiço este comentário, de que os portugueses em Macau são preguiçosos, e já antes tinha ficado surpreendida.

Claro que eu lhe expliquei que as coisas evoluíram muito, que eu não um caso único e que há muitos portugueses que trabalham imenso. E que Macau também evoluiu, e que certamente a vida não é tão calma quanto há 20 anos, que permitia ter uma vida mais relaxada.

Acrescentei ainda que eu também fiquei surpreendida com os chineses em Macau. Não os imaginava tão queixumentos, tão acomodados, susceptíveis e muitas vezes tão mimados (amuam e ficam ofendidos pelas coisas mais estranhas). Pela experiência que tenho tido no escritório, se as coisas começam a complicar e ser muito trabalho, os chineses optam pela solução mais fácil e mudam de emprego. Não antes sem tecer uma teia de intrigas com comentário pelas costas.

Esta colega passou a maior parte do tempo fora de Macau, por isso tem poder de encaixe para estas conversas, o que é óptimo!

Claro que há excepções e conheço muitos portugueses trabalhadores, alguns deles também há muito tempo em Macau. Mas já percebi que o que está estabelecido na comunidade chinesa é que os portugueses são um povo preguiçoso.

Se calhar é porque gostamos de passar tempo na esplanada. Ou então é porque queremos ter 22 dias de férias por ano. Ou então porque acreditamos que o fim-de-semana são dois dias.

Agora se calhar, deixo os comentários no blog e vou "majé" trabalhar!











segunda-feira, 8 de julho de 2013

Saudades da Bola de Pelo..

.. mas agradeço não ter de passar os dias a escovar a roupa para tentam remover vestígios da fera.

Não havia nenhum par de calças escuras que escapassem incólumes à sua passagem. E quanto mais tentava proteger algumas peças de roupa, mais surpreendida ficava quando percebia que tinham sido escolhidas como cama, ou almofada..

Acho que nos últimos anos nunca se ouviu tanto a frase "Quem deixou a porta do armário aberta!?!?!" Porque era sinal que ia passar os dias seguintes a escovar roupa.

No passado dia 6 Julho faz 5 anos que fomos buscar um gatinho amarelo, meio adoentado e assustado por ter sido abandonado.

Foi uma espécie de presente de aniversário antecipado que demos à minha mãe e que veio dar alegria lá a casa.

Inicialmente baptizado de Menina Snu, foi só quando foi ao veterinário tomar as vacinas que nos disseram que o bichano afinal era macho!

Vai daí, decidimos chamar-lhe Baltazar de Maracaté e Silva. A fera da Família Silva.

O Fiel Escudeiro diz que ele é o gato mais anti social do planeta, mas eu acho que aquilo são só ciúmes! Muitos ciúmes!










domingo, 7 de julho de 2013

Parabéns Sogrinha!!!

Sem o fiel mensageiro Skype os aniversários seriam muito mais complicados!
Qualquer dia estamos de volta ao reino Lusitano e esperamos poder compensar a distância.